A VIDA SECRETA DO TDAH DICAS DE COMO AJUDAR SEU FILHO (PARTE 4/4)

por Fátima Sgarbi

Para ajudar seu filho a ser uma pessoa ainda melhor, saiba quais as armadilhas que você deve evitar durante um conflito! 

Já sabemos como é vida mental das crianças e adolescentes com TDAH. Sabemos que podem ser predominantemente impulsivos, desatentos ou ambos. E que é uma condição neurológica, ou seja, do funcionamento do cérebro.

Agora vamos conhecer algumas formas de agir para melhorar a qualidade de vida desses jovens, o manejo com a rotina, as regras e as emoções. O primeiro passo é compreender que palavras e atitudes consistentes e positivas mudam para melhor aquilo que não está funcionando bem na relação familiar. 

As palavras ditas repetidas vezes, especialmente carregadas de emoção como amor ou raiva, tendem a se tornar uma verdade na vida das pessoas, uma crença! Com o tempo, a criança passa a acreditar que é exatamente como o que está sendo dito e repetido sobre ela em casa, já que o que é falado vem das pessoas que ela confia e admira. Acreditando nessa verdade, passa a agir de acordo com o que pensam a seu respeito.

Frases que você deve evitar:

“Você já é muito grande pra chorar!” O choro é um modo natural de lidar com a frustração. Crianças de todas as idades choram. Deixe chorar um pouco, depois distraia.

“Já te falei mil vezes! Pára com isso!” Um comando repetido várias vezes pelos pais e não atendido, torna a criança insistente, impertinente e teimosa.  Muitas vezes traz um sentimento de culpa, pois a criança passa a acreditar que não é bom filho(a).

“Você é burro mesmo! Não entende o que eu falo!” Naturalmente gera sentimento de incapacidade, rejeição, tristeza e muitas vezes isolamento. O perigo é que a criança pode passar a agradar os outros pra se sentir amada. Especialmente na adolescência, as consequências de não se posicionar com assertividade e não saber dizer “não” podem ser desastrosas. Ainda há a possibilidade de tornar-se mais insistente e teimosa pra chamar sua atenção.

“Não tem ouvido? Desisto! Não adianta falar com você!” Leva a criança a um estado mental de tristeza, abandono, irritabilidade e mais teimosia. Muitas vezes de modo inconsciente, a criança entende que não é digna de ser amada, então pode incomodar, gritar, bater, teimar. Não é uma escolha...é na verdade o que sobra pra ela ser, já que vai entendendo que tipo de pessoa é através dos comentários e atitudes dos pais ou das pessoas que são as figuras de autoridade em suas vidas (pais, avós, tutores).

“Mas você é um preguiçoso...relaxado!” Cuidado! Afirmações como essa, levam a pensamentos como: “Bom, se eu sou um preguiçoso, não preciso fazer então!”...-“Já que não presto pra nada, não vou fazer!” O perigo disso é que preguiçoso não faz tarefa, não toma banho, não escova os dentes, não arruma o quarto, não ajuda a carregar as compras do mercado...e não prospera! A autoestima fica muito comprometida. Com sentimento de menos valia, os jovens ficam expostos aos riscos das influências negativas, pois tentarão se vincular a quem eles acham que se "importa" com eles.

Sabendo um pouco melhor sobre a repercussão do que falamos aos nossos filhos, entendemos a importãncia das afirmações e atitudes positivas. Elas mexem com a essência das crianças, fazendo com que sintam-se respeitadas e encorajadas a mudar comportamentos! E, ao mesmo tempo, despertam o respeito ao outro, a autonomia e a autorresponsabilidade.

Por Fátima Sgarbi - CRP 08/04114